Beauty Burnout: uma linha tênue entre o autocuidado e obsessão

Um termo que ainda é pouco conhecido, mas que tem ganhado espaço nos consultórios de psicologia e dermatologia é o "Beauty Burnout". Ele representa o esgotamento físico e emocional causado pela busca incansável por padrões de beleza, e pode ser entre as mulheres.

A busca incessante pela perfeição é fruto de uma pressão que também carrega outras consequências, como, por exemplo, a procura excessiva por procedimentos estéticos. Segundo a psicóloga Kárem Dianne, o esgotamento pode se manifestar de diversas formas. 

“Ansiedade em relação à aparência, baixa autoestima, insatisfação com o próprio corpo, depressão e compulsão por procedimentos estéticos”, explicou a psicóloga.

A Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética apontou que, em 2023, foram realizadas mais de três milhões de intervenções estéticas no Brasil, figurando o ranking dos países onde esses procedimentos mais são realizados. A obsessão pode gerar sinais na personalidade. 

Outro termo popularizado é o "Morning Shed", conhecido por ser um ritual de beleza noturno que consiste na ideia de que quanto mais "feia" dormir, mais "bonita" irá acordar. A ideia é realizar uma limpeza profunda na pele, hidratação e o uso de máscaras faciais para ter bons resultados.

Desconstruir essa exigência externa exige coragem, apoio profissional e um processo de reconexão com a própria imagem, para que a beleza não seja sinônimo de obediência, mas de bem-estar e autoaceitação. Para a psicóloga, é importante discutir os impactos na cultura da aparência. 

“A beleza pode ser uma fonte de autocuidado, mas nunca uma fonte de sofrimento”, ressaltou Kárem.